Veja a lista dos escolhidos nos "Melhores de TV Press 2014"

27/12/2014 14:16
 
* TELEDRAMATURGIA
 
Melhor Novela - "MEU PEDACINHO DE CHÃO", DA GLOBO
 
Trabalho artesanal: A parceria entre o autor Benedito Ruy Barbosa e o diretor Luiz Fernando Carvalho já rendeu novelas do quilate de Renascer e o Rei do Gado. Sem trabalhar juntos desde 2002, ano da controversa Esperança, a dupla se mostrou afinada com Meu Pedacinho de Chão. Com estética arrojada, texto inspirado e atuações acima da média, a novela pode não ter sido um sucesso de audiência, mas deixa marcas profundas na tevê. Há muito não se via uma trama como essa. Benedito fez a sua parte e não fugiu de suas origens. Como sempre, abordou o problema agrário e outras tantas mazelas sociais. Mas agora de forma pueril e lúdica. Fato destacado pela direção precisa de Carvalho, que, além de criar um universo novo e de referências plurais, deu atenção especial aos atores. Nomes "batidos" da teledramaturgia, como Antonio Fagundes, Rodrigo Lombardi e, especialmente, Juliana Paes, conseguiram se renovar. Projeto de caráter experimental, Meu Pedacinho de Chão é uma espécie de ruído necessário. Uma ousadia que oxigena e mostra que é possível fazer arte mesmo no esquema industrial da tevê aberta.
 
Melhor Atriz - CÁSSIA KISS MAGRO, A CAROLINA DE "AMORES ROUBADOS" E A GILDA DE "O REBU"
 
Força cênica: Em 2014, o público teve a oportunidade de ver dois desempenhos brilhantes de Cássia Kiss Magro. Primeiro, em Amores Roubados, depois, em O Rebu. Atriz versátil e competente, Cássia é acostumada a "roubar a cena" nas tramas em que participa. No caso de O Rebu, engoliu o desempenho apenas regular de Patrícia Pillar, fazendo de sua personagem, Gilda, o principal destaque feminino da produção. Na pele de uma vilã forte e hedonista, ela interpretou Gilda de forma intensa, mas sem nunca cair na caricatura da advogada poderosa bem-resolvida.
 
Melhor Ator - ALEXANDRE NERO, O JOSÉ ALFREDO DE "IMPÉRIO"
 
Dono do jogo: A tática de Aguinaldo Silva de desenvolver toda a trama de Império em torno de apenas um personagem seria muito arriscada sem um ator à altura do papel. No entanto, com Alexandre Nero nessa função, o autor pôde ficar tranquilo. Errante e herói ao mesmo tempo, José Alfredo mostra a versatilidade e o talento de Nero para a construção de tipos complexos. E o ator ainda empresta seu carisma ao papel, o que justifica o forte apelo popular do Comendador. Com uma atuação precisa e nada óbvia, Nero estreia no posto de protagonista mostrando que tem força para segurar uma trama.
 
Melhor Atriz Coadjuvante - MARINA RUY BARBOSA, A MARIA ISIS DE "IMPÉRIO"
 
Volta por cima: Em 2013, Marina Ruy Barbosa se recusou a raspar os cabelos para viver os dramas de Nicole, doente terminal em Amor à Vida. Além da atuação fraca e da perda de rumo da personagem, a falta de profissionalismo rendeu à atriz uma menção como Destaque Negativo do Ano em Melhores & Piores de TV Press. Um ano depois, Marina virou o jogo. Na pele da ninfeta Maria Isis, ela mostra que, agora sim, cresceu como atriz. Com uma personagem difícil e que poderia cair na figura de "periguete", Marina escolheu o caminho mais difícil, apostando em uma sensualidade sutil e altas doses de drama.
 
Melhor Ator Coadjuvante - MARCO RICCA, O FERNANDO DE "BOOGIE OOGIE"
 
Direto ao ponto: Marco Ricca respeita muito seu contrato com a Globo. Só isso justifica a quantidade de papéis sem grande relevância que ele aceita interpretar em tramas como Ti-Ti-Ti e Sangue Bom. No entanto, o Fernando de Boogie Oogie recoloca a carreira do ator no lugar. Na pele do galã setentista, Ricca aproveita os dilemas e as muitas paixões de Fernando para se destacar em cena, experimentando um tom mais cômico, mas sem abrir mão do "jeitão" bruto do personagem. Bom ator que é, Ricca soube tirar proveito quando teve a chance de ir além do óbvio.
 
Atriz Revelação - VIVIANE ARAÚJO, A NANÁ DE "IMPÉRIO"
 
Estrela própria: A história de Viviane Araújo na televisão é curiosa. Começou como modelo "gostosona" que namora pagodeiro, passou pela figura poderosa de vencedora de "reality show" e agora colhe os frutos de uma boa atuação em Império, no horário mais nobre da programação da Globo. Viviane sempre se mostrou incansável na arte de aproveitar as oportunidades que a vida lhe oferece. E logo que foi convidada pelo autor para integrar a novela, tratou de estudar e se preparar. Como resultado, a atriz faz de sua Naná um dos melhores alívios cômicos da densa trama de Aguinaldo, principalmente por conta das sequências ao lado de Aílton Graça. Mais conhecida pelos detalhes de sua vida pessoal e corpo curvilíneo, Viviane conquistou a chance de ser vista como uma atriz de grande potencial.
 
Ator Revelação - JESUÍTA BARBOSA, O FORTUNATO DE "AMORES ROUBADOS" E O ALAIN DE "O REBU"
 
Sangue novo: Alguns atores conseguem construir suas carreiras longe dos estúdios de tevê. Assim estava acontecendo com Jesuíta Barbosa. Ator inspirado e protagonista de filmes como Tatuagem e Praia do Futuro, ele estreou na tevê no início do ano, em Amores Roubados. Seu destaque na minissérie rendeu convite para viver o "penetra" Alain, em O Rebu. Dois bons desempenhos que demonstram o trabalho diversificado do intérprete e ainda promovem um necessário frescor na escalação para a teledramaturgia.
 
Melhor Autor - AGUINALDO SILVA, AUTOR DE "IMPÉRIO"
 
Poder de transformação: Aguinaldo Silva poderia ficar para sempre fazendo tramas interioranas de sucesso. Mas o autor de clássicos como Tieta e Fera Ferida preferiu se reinventar. O processo de mudança começou com a urbana Suave Veneno, ganhou doses de densidade em Senhora do Destino e Duas Caras e chegou ao ápice com a atual Império. Mesmo diferente de tudo o que Aguinaldo já fez, Império carrega sua forte assinatura e maestria para construir tipos fortes como José Alfredo, Cristina e Cora. Nem mesmo o contratempo com a substituição de Drica Moraes por Marjorie Estiano no papel da vilã tira o brilho do texto afiado do autor. Império, desde já, é uma de suas melhores novelas.
 
Melhor Diretor - LUIZ FERNANDO CARVALHO, DIRETOR DE "MEU PEDACINHO DE CHÃO"
 
Trabalho manual: Luiz Fernando Carvalho é um artesão. As novelas e séries dirigidas por ele entregam que seus trabalhos têm uma velocidade própria. Sempre aglutinando referências, Carvalho tem por meta subverter estética, texto e linguagem. Por conta disso, as produções de seu núcleo sempre resultam em primorosas ou estranhas, mas nunca apenas funcionais. Com fama de gastar muito e sempre estourar orçamentos, Luiz voltou às novelas depois de 12 anos e surpreendeu. Em Meu Pedacinho de Chão, ele mais uma vez provou seu talento para o "novo", fazendo da produção uma espécie de desfile de alto padrão e de onde sairão as referências para os produtos mais simples e usuais da grade da Globo.
 
Melhor Série Dramática - "DUPLA IDENTIDADE", DA GLOBO
 
Outros caminhos: Todo mundo pensava já saber o que esperar de Glória Perez. Autora de assinatura forte e tramas étnicas controversas, há muito ela não entregava um trabalho tão bem acabado como a recém-terminada Dupla Identidade. Depois da mesmice de Salve Jorge, Glória flertou com as séries policiais americanas e, mesmo com alguns furos de roteiro, se deu muito bem e de fato se renovou. Vale ressaltar que boa parte do êxito do projeto está na direção precisa de Mauro Mendonça Filho e na atuação forte e iluminada de Bruno Gagliasso, na pele do "serial killer" Edu.
 
Melhor Série de Humor - "TAPAS & BEIJOS", DA GLOBO
 
Manutenção cômica: Tapas & Beijos soube se fixar na programação da Globo de maneira inteligente. Sem medo de ousar, o texto de Cláudio Paiva muda sempre para continuar inspirado. Ciente da equipe e dos atores que tem em mãos, Paiva consegue fazer uma série divertida, leve, coerente e que não engessa suas tramas. Como resultado, o eixo dramático se mantém forte e todos os atores têm seus momentos de destaque. Até os mais secundários, como o Tavares e outro tipos interpretados pelo ótimo Kiko Mascarenhas.
 
Melhor Série Dramática de Canal Fechado - "A SEGUNDA VEZ", DO MULTISHOW
 
Ponto criativo: A lei criada para forçar a gerar conteúdo nacional nos canais pagos movimentou o setor de produção de séries. O Multishow é um do canais que mais investe em diversos formatos, a maioria voltada para o humor e sem grandes pretensões artísticas. No entanto, o canal foi muito feliz ao produzir A Segunda Vez, série baseada no livro A Segunda Vez Que Te Conheci, de Marcelo Rubens Paiva. Com produção da Conspiração Filmes, a série apresenta roteiro preciso e um protagonista forte, Raul, de Marcos Palmeira. Abordando os dramas e os prazeres do mundo da prostituição, a série é um grito dissonante de criatividade perante a produção sem muitos critérios do canal.
 
Melhor Série de Humor de Canal Fechado - "LILI, A EX", DO GNT
 
Sexo nada frágil: Baseada nas tirinhas de Caco Galhardo, Lili, A Ex mergulha nas entranhas do universo feminino de forma cômica com resultado acima da média. Subvertendo contos de fadas amorosos e as adocicadas histórias das comédias românticas, a série se torna divertida por brincar com clichês de forma fina e irônica. Bem produzida e com elenco afiado, o ponto de destaque fica com Maria Casadevall, à vontade e muito bem na pele da protagonista.
 
Melhor Produção Infantil - "CHIQUITITAS", DO SBT
 
No alvo: O SBT descobriu seu apelo infantil e passou a investir certo na área de dramaturgia. No ar desde 2013, o "remake" de Chiquititas segue por uma linha totalmente própria e antenada com o cotidiano de seu público. Bem produzida e dirigida por Reynaldo Boury, a produção chama a atenção pelo bom gosto e padrão de qualidade técnica, coisas que sempre deixam a desejar em produções voltadas para o público infantil. O destaque ainda fica por conta da atuação cheia de sutilezas de Manuela do Monte, na pele da protagonista Carol.
 
Figurino - THANARA SCHÖNARDIE, FIGURINISTA DE "MEU PEDACINHO DE CHÃO"
 
Nos mínimos detalhes: Meu Pedacinho de Chão foi um deleite visual. Muito por conta dos figurinos inventivos criados por Thanara Schönardie e sua equipe. Sem se apegar a modismos, tudo servia para vestir os personagens de Benedito Ruy Barbosa. Capas de lona, casacos feitos de garrafa pet, alfaiataria e muitas cores foram utilizadas para dar o toque de fantasia da novela. O resultado é arte pura.
 
Cenografia - KELLER VEIGA E RAIMUNDO RODRIGUEZ, CENÓGRAFOS DE "MEU PEDACINHO DE CHÃO"
 
Cidade fantástica: O conceito de imagem criado por Luiz Fernando Carvalho para Meu Pedacinho de Chão foi extremamente ousado. E teve seu ponto de maior cuidado na criação da pequena Vila de Santa Fé. Como se o mundo fosse de brinquedo, a cidade contou com cerca de 28 construções e foi erguida em um terreno de 8 mil m2. Feita de forma artesanal, o local abusava de cores e referências de casas e comércios dos séculos XIX e XX. Um trabalho preciso e cheio de detalhes, como as árvores revestidas de crochê e telhados feitos de lata.
 
Trilha sonora - EDUARDO QUEIROZ E MARIOZINHO ROCHA, PRODUTOR E DIRETOR MUSICAL DE "O REBU"
 
Toca de tudo: Em toda festa que se preze, a música precisa ser boa. E no evento que ambienta as ações de O Rebu não foi diferente. Eduardo Queiroz e Mariozinho Rocha capricharam na seleção de canções clássicas e que variavam de acordo com os acontecimentos da celebração. O destaque fica por conta da cena inicial, com Patrícia Pillar andando e falando com os convidados ao som de Don"t Let Me Be Misunderstood, a festiva canção setentista do grupo Santa Esmeralda. Ainda na eclética lista, New Order, Jay-Jay Johanson, Time Impala, Gal Costa, Milton Nascimento e Luiz Melodia.
 
 
 
* LINHA DE SHOWS
 
- Melhor Produção Humorística - Porta dos Fundos, da Fox
 
Da internet para a TV:  O humor ácido do Porta dos Fundos  conquistou milhões de olhares na internet. Até que ultrapassou os limites da rede e foi parar na grade de programação da Fox sob grande expectativa. Este ano, os episódios exibidos na televisão já eram conhecidos do público. Os inéditos, como foi divulgado desde que o grupo fechou contrato com o canal, só irão ao ar em 2015. Mesmo assim, a proposta de levar uma comédia "escancarada" para uma número maior de pessoas é válida. Afinal, o humor que se faz na tevê, de uma maneira geral, parece ter "rabo preso": nem tudo pode ser dito e não é sobre qualquer assunto que se pode fazer piada. Senão a patrulha do politicamente correto "cai em cima". E o Porta dos Fundos  sabe exatamente como driblar isso. Pelo menos, é o que o grupo demonstra na internet e agora na tevê.
 
- Melhor Programa de Auditório - Encontro com Fátima Bernardes, da Globo
 
No tom:  Depois da indefinição inicial e da dúvida de que função exerceria na grade da Globo , o Encontro com Fátima Bernardes  demonstra ser uma opção de entretenimento ao mesmo tempo eclética e de qualidade. E ainda mescla conteúdos jornalísticos. O programa faz jus ao nome e promove a reunião de estilos musicais e opiniões distintas. E, apesar de ser claramente mais voltado ao público feminino, atende também ao público masculino justamente por ser possível abordar todo tipo de assunto. Muito do sucesso da produção também se deve ao excelente desempenho de Fátima Bernardes como apresentadora.
 
- Melhor Talk Show - Programa do Jô, da Globo
 
Livre, leve e solto:  O tempo parece ter feito bem a Jô Soares. Aos 76 anos, o apresentador nunca esteve tão à vontade à frente do Programa do Jô . Sem "papas na língua" e sem o ar pernóstico que outrora predominava, ele agora escuta mais as histórias dos convidados do que conta as suas próprias. Claro que ainda faz as intervenções para falar de si mesmo, mas de forma sutil e no momento certo. Mas também quando precisa ser incisivo ou deixar clara sua opinião sobre determinado assunto – principalmente em se tratando de política –, não faz qualquer cerimônia.
 
- Melhor Programa de Competição ou Reality Show - MasterChef, da Band
 
Além da culinária: Adquirir um formato de sucesso em outros países é uma prática comum em algumas emissoras. A resposta da audiência, no entanto, nem sempre é boa. Mas o MasterChef  conseguiu a proeza que poucos formatos trazidos do exterior conseguem: alavancar os índices no Ibope de um canal, no caso, a Band . A competição culinária caiu no gosto popular de tal forma que o último episódio chegou a alcançar a liderança por vários minutos e desbancou a Globo com o The Voice Brasil , outro formato comprado do gênero competição. Muito da graça do programa se escorou no trio de jurados: Erick Jacquin, Paola Carosella e Henrique Fogaça. Donos de personalidades fortes, porém distintas, eles conseguiram equilibrar suspense, humor e generosidade nos episódios. E ainda estabeleceram uma relação afetiva com os participantes que ficaram no programa por mais tempo, o que criou uma identificação forte com o público. A culinária serviu mais como pano de fundo para uma competição em que a diversão foi a protagonista.
 
- Melhor Apresentador(a) - Fátima Bernardes, do Encontro com Fátima Bernardes
 
No lugar certo:  Fátima Bernardes sempre foi carismática. Até quando estava na bancada do Jornal Nacional  e assumia uma postura séria na maior parte do tempo. Mas foi no comando do Encontro com Fátima Bernardes  que ela pôde se soltar. Segura de que seu projeto de apresentar um programa dentro do entretenimento da Globo daria certo, ela ultrapassou os meses iniciais de audiência oscilante e se firmou nas manhãs da emissora. Com dois anos e meio de programa, Fátima se sai bem entrevistando os famosos e as pessoas da plateia e consegue ser natural até na hora de fazer "merchandising". Mérito de poucos.
 
 
 
* JORNALISMO
 
- Melhor Telejornal - Jornal da Band , da Band
 
Eficiência básica:  Informativo, leve e direto, o Jornal da Band  reúne elementos simples, algo esquecido por telejornais de emissoras abertas. Ricardo Boechat e Ticiana Villas Boas conseguem, com facilidade, usar uma linguagem direta para atingir a todas as classes e públicos. Por isso, a produção se torna universal e sem "firulas". Na bancada, a credibilidade dos âncoras mescla sutileza, estilo, bom humor, dinâmica e opinião. Principalmente devido à boa desenvoltura de Boechat, que, sem "papas na língua", dá bons panoramas sobre as pautas. Os repórteres também têm bom entrosamento com a dupla de apresentadores, o que torna a exposição de matérias um processo fluido. Vale lembrar que os âncoras contam com a ilustre substituição de figuras como Bóris Casoy em edições esporádicas.     
 
- Melhor Produção Telejornalística de Variedades - Estúdio I, da Globonews
 
Na medida:  Com informação e entretenimento, o Estúdio I  se destaca por sua versatilidade. Comandada por Maria Beltrão desde 2008, a produção da Globo News consegue dosar seriedade, temas de comportamento e as já tradicionais "canjas" musicais. Os repórteres, sempre ao vivo, têm bom entrosamento com a apresentadora e chegam com informações complementares com as já debatidas no programa. Sempre que possível, as pautas ao vivo, como aconteceu muito neste ano de Copa do Mundo e eleições, são bem aproveitadas pela equipe. O baixo orçamento, evidenciado pelo cenário simples, é compensado com bons debatedores. Dez comentaristas fixos tornam o Estúdio I  a melhor produção telejornalística de variedades.
 
- Melhor Apresentador de Telejornal - Chico Pinheiro, do Bom Dia Brasil , da Globo
 
Devida apropriação:  No Bom Dia Brasil, Chico Pinheiro consegue a façanha de ser carismático, simpático e crível. Com muita credibilidade, o jornalista rouba a cena independentemente de sua parceira na bancada. Antes com Renata Vasconcellos e agora com Ana Paula Araújo, ele, cada vez mais opinativo, é um diferencial no programa. Suas tradicionais "frases de efeito" e gestos casuais dão ao jeito "mineiro" de Chico um tom informal que torna o telejornal leve e fluido para as manhãs de segunda a sexta.
 
- Melhor Apresentadora de Telejornal - Sandra Annenberg, do Jornal Hoje , da Globo
 
Com elegância:  Sandra Annenberg mostra que é possível transmitir credibilidade com um sorriso no rosto. A apresentadora do Jornal Hoje  é a estrela do telejornal vespertino. Contrariando a maioria dos programas do mesmo formato, onde a figura masculina é a mais forte, ela se sobressai. Mérito da apresentadora. Sandra não esconde suas emoções na bancada. Ri, chora e dialoga com o público da produção de forma madura, crível e conectada. Prova de seu forte entrosamento com o telespectador e com as notícias, recentemente ganhou mais espaço na programação da Globo e comanda o Como Será?.
 
- Melhor Programa de Esporte - Redação SporTV
 
Boa maré:  Sem ficar preso aos gols da rodada, contratações e polêmicas do mundo do futebol, o tom analítico do Redação SporTV  faz com que o programa se sobressaia entre seus concorrentes. Comandada por André Risek, a produção traça um panorama do esporte brasileiro e mundial, mostrando e debatendo os principais lances. As crônicas esportivas também são um ponto positivo. Em um ano de Copa do Mundo, o Redação  conseguiu abraçar de forma coerente e concisa os 64 jogos do Mundial e, ao longo do ano, continuou consistente.    
 
- Melhor Comentarista de Futebol - Caio Ribeiro, da Globo
 
Conhecimento de causa:  Comentar futebol é uma tarefa difícil. Para não colocar paixão, preferências ou nada além da técnica ao vivo, é preciso calma e paciência. E Caio Ribeiro parece ter as duas características. Além do carisma, claro. Com jeito delicado, ele consegue explicar futebol de forma didática, sem ser chato, e descomplicada, sem ficar no "beábá". Com informações pertinentes e boas colocações, tem tido cada vez mais espaço dentro da grade da Globo. Durante a Copa do Mundo, fez bom trabalho ao lado de Tiago Leifert no Central da Copa , ganhando quadros e maior repercussão. Seja em jogos internacionais ou estaduais, o ex-jogador mostra uma visão ampla das quatro linhas e conhecimento de causa na hora de elogiar ou criticar.
 
- Melhor Narrador de Futebol - Luiz Roberto, da Globo
 
Dono da bola:  Um jogo de futebol envolve paixão, tensão e até certas doses de descontrole. Quem está na cabine de imprensa precisa saber exatamente disso para dialogar com quem está em casa, ansioso. Luiz Roberto parece entender exatamente o que se passa com o telespectador durante as partidas. Além de levar bem o clima do pré-jogo, ele segue com emoção durante os 90 minutos. O torcedor sabe quando a partida está ruim – especialmente para o seu time – e Luiz Roberto também deve saber. Por isso, "não deixa a peteca cair". Quem está assistindo acaba sendo levado pelas suas palavras. Sem um tom clubista, ele é imparcial, seguro e procura sempre manter a ética na hora de criticar juízes, técnicos e jogadores.
 
 
 
FONTE:
(versão digital de jornal)